segunda-feira, 14 de julho de 2008

ATITUDE EXTERIOR

"Boa vontade não basta... " Considero difícil estabelecer uma separação entre atitude interior e atitude exterior. As duas estão estritamente ligadas e se sustentam, mas é necessário abordar o lado mais técnico, ao menos para quem está começando. A técnica não é, na verdade, senão um suporte para alguma coisa que está além de nós e que aos poucos há de instalar-se em nós. Entretanto, vi muito freqüentemente pessoas animadas de enorme boa vontade fazerem qualquer coisa a pretexto de ouvir o coração. Somos feitos de diversos elementos e não devemos negligenciar um deles em proveito de outro. O estado psicológico está a nosso serviço, nossa vontade também está e nós devemos utilizá-los como tais. "De boas intenções o inferno está cheio" - é um ditado popular de muito bom senso. Aqui também reforço o meu alerta: para tornar-se um bom terapeuta, boa vontade não basta! Mesmo que todo o Amor do mundo esteja latente em você, é preciso ainda fazê-lo florescer e aceitar humildemente a aprendizagem necessária e os conhecimentos dos mundos sutis que impossibilitam virmos a transgredir certas leis sem sofrer ou provocar conseqüências. Atualmente, os habitantes da Terra, em sua grande maioria, funcionam no nível do terceiro chakra. Isso significa que muitas vezes o nosso modo de amor é humano demais e perpassado de emotividade. Esse amor, por mais válido que seja, não nos vai proporcionar o necessário distanciamento, a ponto de nos isentar de aprender. Da mesma forma que um excelente pianista pode improvisar com sucesso, se quiser, porque antes estudou suas escalas, assim também cada terapeuta poderá ir além das técnicas para proclamar o que sente profundamente, desde que tenha algo a ultrapassar, isto é, desde que tenha, ele também, "estudado suas escalas". É sempre muito curioso ouvir pessoas que pensam que podem fazer qualquer coisa a pretexto de alcançar planos mais sutis do que aqueles nos quais costumamos "trabalhar". Buscar o "sutil" não significa caminhar ao acaso, ou agir conforme o humor ou a disposição do momento. Temos em nós todas as capacidades e podemos despertá-las, mas o "abandonar-se" é algo que se aprende, a "neutralidade" também, assim como a "compaixão". Certamente não aprendemos a desenvolver isso tudo da mesma forma que aprendemos matemática ou história. As lições são sempre muito práticas e a vida se encarrega de colocá-las no nosso caminho até que tenhamos compreendido o que tínhamos para aprender... Mas trata-se sempre de um aprendizado e não podemos deixar de considerá-lo; da mesma forma que, para aprender a ler e a escrever, precisaremos de um pouco de tempo e de perseverança, mesmo fazendo dessa atividade algo agradável, o que é o ideal. Depois desse alerta, passo a lhe propor alguns "pontos de referência" no tocante à posição a assumir por ocasião dos tratamentos. Particularmente, prefiro, hoje em dia, realizar o tratamento usando um colchonete colocado diretamente sobre o chão; mas algumas pessoas, terapeutas ou pacientes, podem ter dificuldade para se movimentar nessa posição. Nesse caso, uma mesa de tratamento dará conta plenamente da tarefa. O paciente deverá estar em trajes íntimos, ou pelo menos vestindo roupas de algodão para evitar interferências, e não deve cruzar pernas ou braços a fim de não cortar os circuitos de energia. Deve também, pelas mesmas razões, tirar relógio e jóias. Não há nisso nada de excepcional ou esotérico; é fácil compreender que o cruzamento das pernas pode dificultar a circulação do sangue, acontecendo o mesmo com relação às energias nos planos mais sutis. Quem administra o tratamento deve estar de pé junto do paciente, se este estiver deitado em um leito ' ou mesa de tratamento, e sentado na posição de lótus ou de joelhos, se o paciente estiver deitado sobre um colchonete apoiado diretamente no chão. A coluna vertebral do terapeuta deverá estar o mais reta possível para que as energias com que trabalha circulem mais facilmente. Depois de ter-se deixado envolver pela calma e pela neutralidade, o terapeuta, pode e deve dirigir-se ao paciente para que este se sinta confiante e invadido por uma benfazeja serenidade. A beleza e a simplicidade do lugar poderão sem dúvida contribuir para que se instale esse oportuno bem-estar. A partir desse instante preciso, tem início a verdadeira preparação para os tratamentos, de que falarei detalhadamente a seguir.

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